quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Escotismo moderno

Escotismo moderno


Sou João Paulo Probst, atualmente presidente de grupo, tenho 38 anos, fui lobinho em 79, escoteiro nos anos 80, sênior entre os anos 80 e 90, chefe ainda muito moço aos 17 anos para evitar que o grupo de uma cidadezinha do interior de Santa Catarina, na época fechasse as portas. Boas lembranças daquela época de escotismo de amadorismo administrativo e de gestão, colocamos tudo em ordem em 92, estatuto, regimentos, finanças e registros. Pra minha surpresa ninguém era registrado até ali. Chegamos a sediar um Elo naquele ano e muita coisa funcionou direito e é assim até hoje por lá, porem, com um escotismo voltado para crianças de pouca oportunidade social, eu mesmo era um deles. O tempo passou, o escotismo mudou, os coordenadores e diretores também e veio a pratica do escotismo dita como a correta onde andamos nas pontas dos cascos devido as leis e a inúmeros artigos a serem seguidos, onde advogados colocaram nosso escotismo enquadrado na atualidade para evitar processos e defender a entidade maior, também vieram os pedagogos e de arrasto os psicólogos que com suas teorias aplicativas lúdicas na pratica mudava o que era bom para algo mais atualizado e de acompanhamento constante onde antes com menos de meia dúzia se chefes tocava-se uma tropa e em 80 anos sempre deu certo, passamos a ter que manter em uma tropa escoteira os mesmos três principais chefes que estão ali pra toda hora, mais 3 para as etapas progressivas, um para as especialidades, outro para a parte burocrática como autorizações, certificados, acompanhamentos, ciclos de programas, a fim de alimentar tudo que a diretoria solicitar e for necessário. No duro mesmo, não temos como hoje tocar uma tropa escoteira com menos de 7 chefes nos atuais moldes aplicados do escotismo anos dois mil. E olha que quando membro juvenil, fiz um teatro em 1983 onde representávamos o escotismo de hoje e não era bem assim que imaginávamos, hehehe. Aqui estamos, com dois cursos avançados nas costas, um de dirigente institucional e um de escotista, vendo o escotismo ser praticado de forma engessada, burocrática onde na teoria a pratica é outra. Nossas crianças e jovens adoram o escotismo e sabemos todos das dificuldades enfrentadas pelos grupos no que diz respeito a finanças e custos e cada dia mais a gente vê atividades locais e distritais a custos baixos com vinte a quarenta pila em média visando um publico socioeconômico menor e quando participamos de atividades maiores prestigiadas pela entidade máxima, a realidade passa a ser oitocentos pila mais transporte, etc. como é o caso do Jamboree e outras mais. Ai eu pergunto, a quem queremos enganar? A realidade bate a nossa porta e seremos do movimento mesmo daqui a mais 40 anos e o escotismo terá quase cento e cinqüenta anos e terá mudado novamente e se adequado a realidade existencial, porem com um diferencial, “ Nós sempre seremos exóticos no meio social em que vivemos”, oferecemos vida ao ar livre, longe de casa, da TV, dos orkuts, MSN, e-mail, junto a natureza, em rios, em montanhas, árvores, em lugares que outras crianças sonham em um dia estar e fazer parte e muitas vezes não podem. E assim seguimos, remando contra a maré, seguindo nossa jangada e com ela levamos nossos amigos e formamos novos amigos no percurso, que nos ensinam e aprendem também, e pode acreditar, tudo voluntário!

Gente, um bom inicio de ano 2012 e nos vimos por ai em novas aventuras.

Continuem a remar, Estamos juntos!

Forte aperto de canhota.

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