Escotismo moderno
Sou João Paulo Probst, atualmente presidente de grupo, tenho 38 anos, fui lobinho em 79, escoteiro nos anos 80, sênior entre os anos 80 e 90, chefe ainda muito moço aos 17 anos para evitar que o grupo de uma cidadezinha do interior de Santa Catarina, na época fechasse as portas. Boas lembranças daquela época de escotismo de amadorismo administrativo e de gestão, colocamos tudo em ordem em 92, estatuto, regimentos, finanças e registros. Pra minha surpresa ninguém era registrado até ali. Chegamos a sediar um Elo naquele ano e muita coisa funcionou direito e é assim até hoje por lá, porem, com um escotismo voltado para crianças de pouca oportunidade social, eu mesmo era um deles. O tempo passou, o escotismo mudou, os coordenadores e diretores também e veio a pratica do escotismo dita como a correta onde andamos nas pontas dos cascos devido as leis e a inúmeros artigos a serem seguidos, onde advogados colocaram nosso escotismo enquadrado na atualidade para evitar processos e defender a entidade maior, também vieram os pedagogos e de arrasto os psicólogos que com suas teorias aplicativas lúdicas na pratica mudava o que era bom para algo mais atualizado e de acompanhamento constante onde antes com menos de meia dúzia se chefes tocava-se uma tropa e em 80 anos sempre deu certo, passamos a ter que manter em uma tropa escoteira os mesmos três principais chefes que estão ali pra toda hora, mais 3 para as etapas progressivas, um para as especialidades, outro para a parte burocrática como autorizações, certificados, acompanhamentos, ciclos de programas, a fim de alimentar tudo que a diretoria solicitar e for necessário. No duro mesmo, não temos como hoje tocar uma tropa escoteira com menos de 7 chefes nos atuais moldes aplicados do escotismo anos dois mil. E olha que quando membro juvenil, fiz um teatro em 1983 onde representávamos o escotismo de hoje e não era bem assim que imaginávamos, hehehe. Aqui estamos, com dois cursos avançados nas costas, um de dirigente institucional e um de escotista, vendo o escotismo ser praticado de forma engessada, burocrática onde na teoria a pratica é outra. Nossas crianças e jovens adoram o escotismo e sabemos todos das dificuldades enfrentadas pelos grupos no que diz respeito a finanças e custos e cada dia mais a gente vê atividades locais e distritais a custos baixos com vinte a quarenta pila em média visando um publico socioeconômico menor e quando participamos de atividades maiores prestigiadas pela entidade máxima, a realidade passa a ser oitocentos pila mais transporte, etc. como é o caso do Jamboree e outras mais. Ai eu pergunto, a quem queremos enganar? A realidade bate a nossa porta e seremos do movimento mesmo daqui a mais 40 anos e o escotismo terá quase cento e cinqüenta anos e terá mudado novamente e se adequado a realidade existencial, porem com um diferencial, “ Nós sempre seremos exóticos no meio social em que vivemos”, oferecemos vida ao ar livre, longe de casa, da TV, dos orkuts, MSN, e-mail, junto a natureza, em rios, em montanhas, árvores, em lugares que outras crianças sonham em um dia estar e fazer parte e muitas vezes não podem. E assim seguimos, remando contra a maré, seguindo nossa jangada e com ela levamos nossos amigos e formamos novos amigos no percurso, que nos ensinam e aprendem também, e pode acreditar, tudo voluntário!
Gente, um bom inicio de ano 2012 e nos vimos por ai em novas aventuras.
Continuem a remar, Estamos juntos!
Forte aperto de canhota.
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