sexta-feira, 11 de maio de 2012

DIA DAS MÃES
A história que irei contar tem inicio nos anos 79, quando terminou o grupo escoteiro que eu havia conhecido na cidade de Mondaí, G.E.Paulo de Tarso com o Chefe Cutia. E tivemos uma experiência frustrante, porém descobrimos que escoteiros não fazem apenas vendas de limonada e docinhos ou ajudam as velhinhas a atravessar as ruas como sempre vi em filmes. O Escotismo é muito mais que isso.


Alguns anos mais tarde , fundamos o 38º G.E.Yucumã, em 07 de setembro de 1983, por incentivo do meu tio Jairo e minha mãe SANDRA, lá estava eu de uniforme cor caqui tirando retrato com o Nelson Flores em frente à prefeitura com a patrulha lobo do monitor Beto Mendes, a espera da nossa promessa escoteira a fim de aceitar e seguir as 10 leis escoteiras que nos ajudou a ser mais responsáveis, econômicos, amigos, corteses e respeitosos com o bem alheio já que naquela época era muito divertido aprontar, puxar a oreia dos outros, e roubar frutas dos visinhos ( besteira, já que todo mundo tinha fruta no quintal ) hehehehehe.Mas era legal.
No grupo que entramos nos anos 80 o nosso chefe Nilo nos ensinou que o Escotismo é um movimento de educação não formal, que se preocupa com o desenvolvimento integral dos jovens, complementando o esforço da família, da escola e de outras instituições. Naquele ano mesmo, 83, Chefe Nilo e seus assistentes Gelson, Keno, e outros nos levaram de caçamba da prefeitura e o Jair do Prado tocando cavaquinho em baixo das lonas ( dias de muita chuva e enchentes ) ao Elo em Cunha Porã com o Grupo Lírios do campo que foi inesquecível cantar a beira da Fogueira:

“Hey, hey tchê
Me cuida a água que é pra não ferver
E me diz, logo num repente
O que tu quer ser, ô, vivente”....

Eu tinha 10 anos e quase não consegui participar desse evento, havia tirado notas muito baixas e minha mãe não queria liberar que participássemos, sim, eu e meu irmão Jorge sempre estivemos no escotismo. Foi uma luta e muitas gramas cortadas e louças que lavamos e secamos para participar do ELO com escoteiros do oeste de Santa Catarina. Agora, ao longo de muitos anos vejo o quanto foi importante aqueles ensinamentos e momentos, as atitudes e ações que tomamos para ter o direito de participar, essa foi a forma e o método encontrado por uma mãe viúva que criava seus filhos com muito esforço e dedicação, utilizando do que mais gostávamos para obter seus resultados no âmbito familiar, nos forçando a ter mais educação e respeito, mais atitude na escola e na catequese, que participássemos com tamanho empenho ( equilíbrio ) com o qual éramos escoteiros, em outros segmentos da sociedade e que para acampar, deveríamos melhorar, começando pelos nosso quarto que era uma bagunça. E melhoramos! E somos gratos e levamos até hoje os ensinamentos. Quanto aprendizado em uma só atividade. Mochila nas costas, bandeiras ao vento, lá os piás da Dona Sandra saiam a viajar com outros jovens da mesma idade, e assim seguiram por vários anos e muitos lugares.


Com tudo isso, aprendi que na prática, isso quer dizer que as crianças entram no Movimento Escoteiro para aprender, e os resultados são melhores com a participação efetiva dos pais. Não é como na escola. Elas não sentam e ficam tendo aulas e palestras. O treinamento é passado para as crianças diluídos em brincadeiras, jornadas, aventuras, trabalhos manuais e canções. E é desse jeito que eles aprendem a assumir seu próprio desenvolvimento (aos poucos) e desenvolver valores tão esquecidos hoje em dia como respeito, honradez, disciplina, respeitar a natureza, ajudar ao próximo, ter responsabilidade e auto-confiança. Aprendem a cozinhar, se virar sozinho, liderança, atitude e se tornar úteis a sociedade.
Para exemplificar: no Escotismo, crianças entre 6,5 e 10 anos são Lobinhos. Eles ficam juntos na Alcatéia e seus escotistas têm “nomes” inspirados na história do Mogli, o menino Lobo. Ou seja, seus escotistas são Akelá (lobo chefe), Baloo (o Urso), Bagheera (a pantera), Kaa (a cobra) e Lobo Gris, entre outros. E o que essas crianças fazem? Elas brincam muito e, brincando, aprendem um bocado de coisas. Os adultos que fazem parte do Movimento Escoteiro são denominados Escotistas. Mas no dia a dia, são mesmo chamados é de chefes.


Outra coisa que acho muito importante para as crianças dessa fase: eles são incentivados a fazer todos os dias uma boa ação. Isso não significa fazer apenas aquilo que, de maneira natural e gentil, eles devem diariamente fazer, como dizer obrigado ou por favor. É algo mais: é fazer alguém feliz. Significa prestar algum serviço a alguém. Não precisa ser algo grandioso, mas que seja o Melhor Possível dessa criança e que seja sem receber nada em troca. Muitas vezes o escoteiro apenas pegou o lápis da amiga que tinha caído no chão. Mas isso a fez feliz e, ao ver que tinha conseguido alcançar seu objetivo, ele também ficou muito feliz.


Eu preciso dizer que o Movimento Escoteiro foi muito importante na minha vida e devo muito a minha mãe, que sempre incentivou para que fossemos pessoas melhores e que andar com amigos era muito bom, melhor ainda se esses amigos fossem educados e pudéssemos aprender algo juntos! Ela dizia, “diga-me com quem andas e eu te direi quem és”. Talvez ela estivesse certa.
Espero que outras mães também participem como a minha fez, querendo muito que seus dois filhos fizessem parte disso também. Desejando que seus filhos conheçam e passem por essas aventuras ao ar livre, tenham contato com outras crianças, aprendam valores importantes, passem por essas experiências maravilhosas.




No mês de junho de 2012, completaremos um ano da primeira reunião escoteira do 27º Grupo Escoteiro do Ar Julio Wolff La Salle na Cidade de São Miguel do Oeste SC. Nesse um ano, pude notar uma revolução que vem acontecendo com as crianças que estão lá participando, daquelas que dá gosto observar. Tanto no comportamento quanto nas descobertas.  Lembro-me das primeiras brincadeiras onde era difícil até mesmo atravessar um campo de futebol de pés descalços. Quanta mudança. Muitas crianças se identificam tanto com o método aplicado pela UEB que por isso quis compartilhar um pouquinho disso com vocês! Incentivem essa idéia, temos muito a colher, estamos apenas afiando o machado, apenas plantado, os resultados ainda virão, estou certo disso e muito grato a todos que nos ajudam nessa batalha.




E vale dizer que a maior parte das crianças se identifica muito com as atividades desenvolvidas. Tenho certeza que em muitas famílias nem precisa a mãe incentivar muito, eles mesmos já percebem o escotismo na sociedade e no meio escolar. Talvez ainda não estejam participando por não terem idade ou haver lista de entrada devido ao grande numero de crianças. Dessa maneira a cidade de São Miguel do Oeste, pensando em sues jovens e lhes oportunizando o escotismo na intenção de termos jovens melhor preparados para o futuro, tem como opção aos sábados a tarde dois grupos escoteiros, um na modalidade básica com atividades na praça central e outro na modalidade do ar na escola La Salle Peperi.



Parabéns pelo dia das mães, vocês também são Escoteiras! Muito mais que um belo presente, pretendemos lhes oportunizar uma entidade que lhe ofereça um diferencial nos dias de hoje, para que seus filhos possam provar um pouco do que tivestes quando criança: correr, brincar, comer bergamota, tirar a fruta do pé,andar descalços, subir em árvores, fazer gemada, pescar, esconde-esconde, pega-pega, policia e ladrão, negrinhos da África, Caçador, pular cordas, lembram disso tudo? E quando chegava o fim da tarde, nossa mãe nos chamava, vamos nos recolher, tomem banho e teremos um gosto café em família. Quanta saudade.


Enviado por:
João Paulo Beuter Probst
27º Grupo Escoteiro do Ar Julio Wolff La Salle
São Miguel do Oeste SC.

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